Sidra Chain é a primeira plataforma blockchain do mundo especificamente criada para a Sharia, a lei islâmica, tendo sido originada a partir de um fork da Ethereum e utilizando o mecanismo de Prova de Trabalho (PoW), oferecendo transações financeiras sem juros e em conformidade com os padrões halal. O projeto foi fundado pelo empresário catari Dr. Mohammed Al-Jefairi (MJ) e visa um mercado global de 1,8 mil milhões de muçulmanos.
Porque é que a finança islâmica necessita de uma blockchain dedicada
A finança islâmica proíbe a cobrança de juros (Riba) e o investimento em certos setores (como álcool, jogos de azar ou produtos de porco), o que entra em conflito direto com a lógica de funcionamento do sistema financeiro tradicional. Dos cerca de 1,8 mil milhões de muçulmanos no mundo, a maioria vive no Médio Oriente, Norte de África, Sudeste e Sul da Ásia, regiões com uma enorme procura por produtos financeiros compatíveis com a Sharia, algo que o sistema bancário convencional não consegue satisfazer de forma eficaz.
A principal inovação da Sidra Chain reside no facto de não se limitar a rotular uma blockchain existente como “halal”, mas sim de a conceber desde a sua base de acordo com os princípios da finança islâmica. Todas as transações devem ser baseadas em ativos reais ou serviços e é proibida a negociação especulativa de derivados; os contratos inteligentes têm uma verificação de conformidade sharia embutida, filtrando automaticamente transações não conformes; a origem dos rendimentos deve ser transparente e cumprir padrões éticos, não podendo advir de jogos de azar, álcool ou outros setores proibidos.
Esta arquitetura permite que a Sidra Chain ofereça serviços impossíveis de disponibilizar numa blockchain tradicional. Por exemplo, o conceito central da DeFi é o “depósito remunerado”, algo equiparado a cobrança de juros e, portanto, proibido pela lei islâmica. A solução da Sidra Chain é o modelo de “partilha de lucros”: o investidor e a plataforma partilham o risco e repartem os lucros de acordo com o resultado real, não existindo uma taxa fixa, o que respeita o princípio islâmico da “partilha de risco”.
Arquitetura técnica e ecossistema da Sidra Chain
A Sidra Chain deriva de um fork do Ethereum, mas optou pelo mecanismo de Prova de Trabalho (PoW) em vez da Prova de Participação (PoS) usada pela Ethereum. Esta escolha tem motivações profundas: alguns estudiosos da finança islâmica questionam se o PoS está em conformidade com a Sharia, já que o “staking” e a remuneração associada se assemelham à cobrança de juros. Em contrapartida, no PoW os mineiros são recompensados pelo fornecimento de poder computacional e energia, sendo considerado um “pagamento por trabalho” em vez de “juros sem esforço”, o que facilita a sua aceitação pelas interpretações da lei islâmica.
A plataforma integra quatro componentes principais. A Sidra Chain Network é a tecnologia blockchain subjacente, garantindo registo descentralizado de transações e um ambiente para execução de contratos inteligentes. A Sidra Coin é a moeda digital utilizada para pagar taxas de transação e participar nas atividades do ecossistema. O Sidra Bank oferece serviços bancários digitais em conformidade com a Sharia, como poupança e transferências. Os SidraClubs são organizações comunitárias que promovem a Sidra Chain globalmente, em parceria com entidades locais.
Três principais casos de utilização da Sidra Chain
Remessas internacionais: Facilita transferências internacionais mais rápidas e económicas, especialmente nas regiões do Médio Oriente e Sudeste Asiático, onde há grande concentração de trabalhadores muçulmanos.
Rastreabilidade da cadeia halal: Registo completo, desde a produção até à venda, garantindo que os produtos cumprem os padrões halal e são rastreáveis.
Financiamento Sharia: Permite que empresas islâmicas angariem fundos de forma compatível com a lei islâmica, evitando problemas de juros associados às obrigações tradicionais.
A Sidra Chain já conta com uma blockchain funcional, aplicações móveis e formas de ganhar Sidra Coin. Apesar de já ter uma comunidade interessada, ainda enfrenta alguns desafios técnicos e necessita de fornecer mais informação detalhada.
Estratégia KYC foca-se no mercado muçulmano central
Em maio de 2025, a Sidra Chain anunciou o início do processo de KYC na Nigéria e Indonésia. Ambos os países têm populações muçulmanas significativas: a Nigéria com mais de 100 milhões de muçulmanos e a Indonésia, o maior país muçulmano do mundo, com mais de 230 milhões. Esta medida estratégica envolve a nomeação de empresas KYC locais para tratar a verificação de identidade dos cidadãos destes países, marcando um passo importante para aumentar a segurança dos utilizadores e o cumprimento regulatório da Sidra Chain.
A implementação de um processo KYC robusto é fundamental para a segurança, conformidade e integridade da plataforma. Após concluir com sucesso o KYC, o utilizador recebe um crachá de verificação verde, aumentando a sua credibilidade na plataforma. Os utilizadores verificados poderão efetuar transações peer-to-peer e aceder a outras funcionalidades dependentes de verificação de identidade, podendo ainda qualificar-se para participar em projetos Sidra Chain.
GLNs Global impulsiona adoção no mundo real
O crescimento da Sidra é sustentado pela GLNs Global, um grupo empresarial de blockchain focado em finanças éticas, logística e tokenização de ativos reais (RWA). A GLNs detém três startups de referência: a GLNs Logistics conecta proprietários de carga globais via blockchain, proporcionando transparência e eficiência no transporte e na cadeia de fornecimento; a AirLand integra serviços de táxi aéreo e rodoviário, oferecendo pagamentos e rastreio seguros; a REGs Global é a primeira bolsa centralizada de nível 1 do mundo em conformidade com a Sharia, listando mais de 10.000 tokens halal.
Estas startups são fundamentais para o ecossistema Sidra, promovendo a tokenização de RWAs, aumentando a liquidez e garantindo conformidade com os princípios islâmicos, fomentando um crescimento inclusivo.
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O que é a Sidra Chain? A primeira blockchain sem juros do mundo a revolucionar as finanças islâmicas
Sidra Chain é a primeira plataforma blockchain do mundo especificamente criada para a Sharia, a lei islâmica, tendo sido originada a partir de um fork da Ethereum e utilizando o mecanismo de Prova de Trabalho (PoW), oferecendo transações financeiras sem juros e em conformidade com os padrões halal. O projeto foi fundado pelo empresário catari Dr. Mohammed Al-Jefairi (MJ) e visa um mercado global de 1,8 mil milhões de muçulmanos.
Porque é que a finança islâmica necessita de uma blockchain dedicada
A finança islâmica proíbe a cobrança de juros (Riba) e o investimento em certos setores (como álcool, jogos de azar ou produtos de porco), o que entra em conflito direto com a lógica de funcionamento do sistema financeiro tradicional. Dos cerca de 1,8 mil milhões de muçulmanos no mundo, a maioria vive no Médio Oriente, Norte de África, Sudeste e Sul da Ásia, regiões com uma enorme procura por produtos financeiros compatíveis com a Sharia, algo que o sistema bancário convencional não consegue satisfazer de forma eficaz.
A principal inovação da Sidra Chain reside no facto de não se limitar a rotular uma blockchain existente como “halal”, mas sim de a conceber desde a sua base de acordo com os princípios da finança islâmica. Todas as transações devem ser baseadas em ativos reais ou serviços e é proibida a negociação especulativa de derivados; os contratos inteligentes têm uma verificação de conformidade sharia embutida, filtrando automaticamente transações não conformes; a origem dos rendimentos deve ser transparente e cumprir padrões éticos, não podendo advir de jogos de azar, álcool ou outros setores proibidos.
Esta arquitetura permite que a Sidra Chain ofereça serviços impossíveis de disponibilizar numa blockchain tradicional. Por exemplo, o conceito central da DeFi é o “depósito remunerado”, algo equiparado a cobrança de juros e, portanto, proibido pela lei islâmica. A solução da Sidra Chain é o modelo de “partilha de lucros”: o investidor e a plataforma partilham o risco e repartem os lucros de acordo com o resultado real, não existindo uma taxa fixa, o que respeita o princípio islâmico da “partilha de risco”.
Arquitetura técnica e ecossistema da Sidra Chain
A Sidra Chain deriva de um fork do Ethereum, mas optou pelo mecanismo de Prova de Trabalho (PoW) em vez da Prova de Participação (PoS) usada pela Ethereum. Esta escolha tem motivações profundas: alguns estudiosos da finança islâmica questionam se o PoS está em conformidade com a Sharia, já que o “staking” e a remuneração associada se assemelham à cobrança de juros. Em contrapartida, no PoW os mineiros são recompensados pelo fornecimento de poder computacional e energia, sendo considerado um “pagamento por trabalho” em vez de “juros sem esforço”, o que facilita a sua aceitação pelas interpretações da lei islâmica.
A plataforma integra quatro componentes principais. A Sidra Chain Network é a tecnologia blockchain subjacente, garantindo registo descentralizado de transações e um ambiente para execução de contratos inteligentes. A Sidra Coin é a moeda digital utilizada para pagar taxas de transação e participar nas atividades do ecossistema. O Sidra Bank oferece serviços bancários digitais em conformidade com a Sharia, como poupança e transferências. Os SidraClubs são organizações comunitárias que promovem a Sidra Chain globalmente, em parceria com entidades locais.
Três principais casos de utilização da Sidra Chain
Remessas internacionais: Facilita transferências internacionais mais rápidas e económicas, especialmente nas regiões do Médio Oriente e Sudeste Asiático, onde há grande concentração de trabalhadores muçulmanos.
Rastreabilidade da cadeia halal: Registo completo, desde a produção até à venda, garantindo que os produtos cumprem os padrões halal e são rastreáveis.
Financiamento Sharia: Permite que empresas islâmicas angariem fundos de forma compatível com a lei islâmica, evitando problemas de juros associados às obrigações tradicionais.
A Sidra Chain já conta com uma blockchain funcional, aplicações móveis e formas de ganhar Sidra Coin. Apesar de já ter uma comunidade interessada, ainda enfrenta alguns desafios técnicos e necessita de fornecer mais informação detalhada.
Estratégia KYC foca-se no mercado muçulmano central
Em maio de 2025, a Sidra Chain anunciou o início do processo de KYC na Nigéria e Indonésia. Ambos os países têm populações muçulmanas significativas: a Nigéria com mais de 100 milhões de muçulmanos e a Indonésia, o maior país muçulmano do mundo, com mais de 230 milhões. Esta medida estratégica envolve a nomeação de empresas KYC locais para tratar a verificação de identidade dos cidadãos destes países, marcando um passo importante para aumentar a segurança dos utilizadores e o cumprimento regulatório da Sidra Chain.
A implementação de um processo KYC robusto é fundamental para a segurança, conformidade e integridade da plataforma. Após concluir com sucesso o KYC, o utilizador recebe um crachá de verificação verde, aumentando a sua credibilidade na plataforma. Os utilizadores verificados poderão efetuar transações peer-to-peer e aceder a outras funcionalidades dependentes de verificação de identidade, podendo ainda qualificar-se para participar em projetos Sidra Chain.
GLNs Global impulsiona adoção no mundo real
O crescimento da Sidra é sustentado pela GLNs Global, um grupo empresarial de blockchain focado em finanças éticas, logística e tokenização de ativos reais (RWA). A GLNs detém três startups de referência: a GLNs Logistics conecta proprietários de carga globais via blockchain, proporcionando transparência e eficiência no transporte e na cadeia de fornecimento; a AirLand integra serviços de táxi aéreo e rodoviário, oferecendo pagamentos e rastreio seguros; a REGs Global é a primeira bolsa centralizada de nível 1 do mundo em conformidade com a Sharia, listando mais de 10.000 tokens halal.
Estas startups são fundamentais para o ecossistema Sidra, promovendo a tokenização de RWAs, aumentando a liquidez e garantindo conformidade com os princípios islâmicos, fomentando um crescimento inclusivo.