O dia 20 de dezembro pode ficar na memória de muita gente. O Banco Central do Japão prepara-se para a maior subida de taxas desde 1995. Pensas que isto é só uma alteração numérica nas taxas de juro? Errado, isto é uma grande redistribuição de capital nos mercados cripto.

Quando o iene valorizar, o fluxo global de capitais terá de ser reorganizado. Normalmente, subida de taxas = drenagem de liquidez, e o mercado cripto sofre. Mas desta vez é diferente — o Banco Central do Japão fala em “ajuste moderado”, não num corte abrupto. Isso dá algum espaço ao mercado para respirar.

É importante lembrar que os investidores de retalho japoneses representam mais de 30% do mercado cripto. Vai haver repatriamento de capital nacional? Como é que o dinheiro internacional vai fazer hedge? O jogo já começou. Ainda está fresca na memória a queda de 15% do Bitcoin devido a arbitragem com o iene; agora o cenário é ainda mais complexo.

O que fazer? Três passos essenciais:

Primeiro, reduz já a alavancagem. Liquidar posições no valor de mil milhões de dólares num só dia não é brincadeira. Se ainda andas com alavancagem acima de 3x, reduz para metade imediatamente.

Segundo, foca-te nos ativos com conceito japonês. Tokens de exchanges como a Bitbank e Coincheck podem ser opções de refúgio.

Terceiro, acompanha de perto o sector das stablecoins. O Société Générale francês e a Autoridade Monetária de Hong Kong já entraram em campo, e os concorrentes do USDT estão a ganhar força.

O mercado cripto sempre girou em torno de três eixos: política, sentimento e capital. O aumento das taxas no Japão não é o fim do mundo, mas sim um espelho — revela quem está a nadar nu e quem tem verdadeiro valor.

Em vez de ficares a olhar para o número mágico dos 100 mil dólares do Bitcoin, ajusta a tua estratégia quando os outros estão em pânico, e fecha posições quando os outros estão eufóricos. O mercado recompensa sempre quem está preparado.