Os dados de confiança do consumidor recentemente divulgados pela Universidade de Michigan são, para ser honesto, preocupantes.

Vamos às cifras: o índice caiu de 53.2 para 50.3 no início de novembro, uma queda significativa, e também mais acentuada do que os 53.6 do mês anterior. Este é o ponto mais baixo desde junho de 2022 — exatamente na altura em que o Federal Reserve estava a aumentar agressivamente as taxas de juro, e o mercado estava em pânico.

Dados mais detalhados são ainda mais pessimistas. O índice de condições atuais (que reflete como as pessoas avaliam a economia neste momento) despencou para 52.3, quase atingindo o fundo do poço; o índice de expectativas futuras está em 49.0, nem mesmo mantém o 50, indicando que as pessoas comuns não têm esperança para os próximos dias. E, paradoxalmente, a expectativa de inflação de um ano subiu de 4.6% para 4.7% — a economia desacelera, mas os preços não querem baixar, uma combinação que causa muita dor de cabeça.

A reação do mercado foi direta. O índice do dólar caiu imediatamente, despencando mais de 10 pontos em poucos segundos, chegando a um mínimo de 99.41. Os títulos também oscilaram, com os operadores começando a reconsiderar as apostas sobre o que o Federal Reserve fará em dezembro. Segundo as ferramentas do CME, a probabilidade de corte de juros caiu de mais de 70% para 66.6%, não sendo uma queda drástica, mas indicando que o mercado está em dúvida.

Qual é o problema nisso? O Federal Reserve está numa encruzilhada: os dados econômicos dizem "é hora de afrouxar a política", mas os dados de inflação gritam "não se apresse em cortar". Com essa luta de interesses, é cada vez mais difícil prever qual será a direção da política. Para todos os ativos de risco (incluindo o mercado de criptomoedas), essa incerteza é a maior ameaça.