Natalia Taksisi, ucraniana de 32 anos, viajava solo pelo mundo. Até que algo mudou. Durante uma estadia em Tóquio, descobriu um homem escondido debaixo da cama do hotel. O caso viralizou. Milhões assistiram seu relato no TikTok.
Nômade há quase uma década, ela trabalha remotamente e mora temporariamente em diferentes países. Hoje vive na Tailândia. Para ela, viajar sempre significou liberdade. Descobertas. Isso mudou drasticamente no Japão.
"Pensei que ele ia me matar"
Natalia planejou por meses sua primeira vez no Japão. Tudo meio improvisado no final.
"Achei o hotel numa plataforma online. Ia com meu marido, mas ele cancelou uma semana antes. Reservei outro com pressa."
Pesquisou muito. Fez listas. Leu sobre costumes locais. Estava animadíssima. Antes de partir, passou por Bangkok. "Teve um terremoto lá. Talvez um sinal? Ignorei. Estava muito empolgada."
Tóquio parecia perfeita inicialmente. "O hotel tinha um spa incrível. Caminhei, comi coisas deliciosas. Fascinante. Aí tudo desmoronou."
De volta ao quarto, sentiu um cheiro estranho vindo debaixo da cama. Decidiu verificar.
"Estava tranquila, sem suspeitas. Me abaixei e vi olhos me encarando. Congelei. Parecia imaginação. Não era."
Um homem asiático saiu e ficou em pé próximo dela. "Achei que seria meu fim. Só consegui gritar. Ele também gritou, destravou a porta e fugiu. Não corri atrás — estava só de roupa íntima. Entrei em pânico."
Meio em choque, não conseguiu ligar para recepção. Hóspedes vizinhos ouviram seus gritos e chamaram ajuda.
"Estava apavorada"
O que veio depois foi decepcionante. A gerência chegou, a polícia também. Encontraram um power bank e cabo USB sob a cama. Nada de protocolos básicos.
"A gerente pegou o power bank com as mãos. E as impressões digitais?"
A equipe do hotel parecia despreparada. Nem ofereceram água. "Perguntavam por que eu tremia. Como se fosse frio! Era puro pavor."
O hotel sugeriu que seria difícil encontrar o invasor. Sem câmeras no prédio.
Coisas estranhas aconteceram. Natalia quis registrar ocorrência. Forneceu documentos. No dia seguinte? Silêncio do hotel.
Pediu cópia do boletim. Ignorada. Só com ajuda da embaixada ucraniana descobriu: o hotel registrou o boletim como vítima de invasão. O nome dela? Em lugar nenhum.
"No sistema japonês não existe registro de um homem escondido debaixo da cama de uma mulher. Nem menção à falha de segurança. Me apagaram da história. Como se eu não existisse."
O hotel nunca demonstrou preocupação genuína. "Entendo a questão da imagem, mas e a hóspede traumatizada? Só disseram 'desculpa' quando eu já estava no táxi indo embora."
Obstáculos enfrentados
Buscou ajuda jurídica. Oito advogados contatados. Quando mencionava o nome do hotel — APA Hotel — recuavam.
Ela acredita que ser mulher, turista e estrangeira influenciou o tratamento. "Muitas japonesas escrevem contando que sofreram abusos e ninguém acreditou. Parece um padrão. Me destrói."
A embaixada ucraniana foi sua única fonte de apoio real.
Consequências do trauma
Os impactos psicológicos persistem. "Não durmo direito. Tenho medo até de fechar os olhos no banho. Afeta meu casamento, minha saúde mental. Sempre alerta."
Também recebeu mensagens de ódio nas redes. "Homens dizendo que devia morrer. Absurdo. Só por alertar outras mulheres."
Adotou novas medidas de segurança: quartos sem espaço sob a cama, lanternas de autodefesa, alarmes portáteis. Nunca mais reserva para uma pessoa só.
Acha que não vai mais viajar sozinha. "Não nos próximos anos. Prefiro estar com meu marido, amigos, irmã... acompanhada."
"Viajar solo nunca pareceu perigoso antes. Visitei vários países tranquilamente. Jamais imaginei isso comigo."
"Não quero que outra mulher passe por isso"
Apesar do trauma, Natalia quer que sua história sirva de alerta.
"Eu amava viajar sozinha. Agora não sei quando voltarei a fazer isso. Quero que outras mulheres saibam dos riscos. Que o hotel assuma responsabilidade."
"Não quero que uma garota iniciando viagens solo encontre um homem debaixo da cama dela."
Sobre voltar ao Japão, hesita. "Queria tentar novamente com meu marido. Mas recebi tantas mensagens dizendo que não sou bem-vinda... Não quero acreditar que um país tão incrível seja representado assim. Eu amo o Japão."
O APA Hotel não respondeu aos pedidos de comentário.
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Mulher encontra homem escondido sob cama de hotel no Japão e relata trauma
Natalia Taksisi, ucraniana de 32 anos, viajava solo pelo mundo. Até que algo mudou. Durante uma estadia em Tóquio, descobriu um homem escondido debaixo da cama do hotel. O caso viralizou. Milhões assistiram seu relato no TikTok.
Nômade há quase uma década, ela trabalha remotamente e mora temporariamente em diferentes países. Hoje vive na Tailândia. Para ela, viajar sempre significou liberdade. Descobertas. Isso mudou drasticamente no Japão.
"Pensei que ele ia me matar"
Natalia planejou por meses sua primeira vez no Japão. Tudo meio improvisado no final.
"Achei o hotel numa plataforma online. Ia com meu marido, mas ele cancelou uma semana antes. Reservei outro com pressa."
Pesquisou muito. Fez listas. Leu sobre costumes locais. Estava animadíssima. Antes de partir, passou por Bangkok. "Teve um terremoto lá. Talvez um sinal? Ignorei. Estava muito empolgada."
Tóquio parecia perfeita inicialmente. "O hotel tinha um spa incrível. Caminhei, comi coisas deliciosas. Fascinante. Aí tudo desmoronou."
De volta ao quarto, sentiu um cheiro estranho vindo debaixo da cama. Decidiu verificar.
"Estava tranquila, sem suspeitas. Me abaixei e vi olhos me encarando. Congelei. Parecia imaginação. Não era."
Um homem asiático saiu e ficou em pé próximo dela. "Achei que seria meu fim. Só consegui gritar. Ele também gritou, destravou a porta e fugiu. Não corri atrás — estava só de roupa íntima. Entrei em pânico."
Meio em choque, não conseguiu ligar para recepção. Hóspedes vizinhos ouviram seus gritos e chamaram ajuda.
"Estava apavorada"
O que veio depois foi decepcionante. A gerência chegou, a polícia também. Encontraram um power bank e cabo USB sob a cama. Nada de protocolos básicos.
"A gerente pegou o power bank com as mãos. E as impressões digitais?"
A equipe do hotel parecia despreparada. Nem ofereceram água. "Perguntavam por que eu tremia. Como se fosse frio! Era puro pavor."
O hotel sugeriu que seria difícil encontrar o invasor. Sem câmeras no prédio.
Coisas estranhas aconteceram. Natalia quis registrar ocorrência. Forneceu documentos. No dia seguinte? Silêncio do hotel.
Pediu cópia do boletim. Ignorada. Só com ajuda da embaixada ucraniana descobriu: o hotel registrou o boletim como vítima de invasão. O nome dela? Em lugar nenhum.
"No sistema japonês não existe registro de um homem escondido debaixo da cama de uma mulher. Nem menção à falha de segurança. Me apagaram da história. Como se eu não existisse."
O hotel nunca demonstrou preocupação genuína. "Entendo a questão da imagem, mas e a hóspede traumatizada? Só disseram 'desculpa' quando eu já estava no táxi indo embora."
Obstáculos enfrentados
Buscou ajuda jurídica. Oito advogados contatados. Quando mencionava o nome do hotel — APA Hotel — recuavam.
Ela acredita que ser mulher, turista e estrangeira influenciou o tratamento. "Muitas japonesas escrevem contando que sofreram abusos e ninguém acreditou. Parece um padrão. Me destrói."
A embaixada ucraniana foi sua única fonte de apoio real.
Consequências do trauma
Os impactos psicológicos persistem. "Não durmo direito. Tenho medo até de fechar os olhos no banho. Afeta meu casamento, minha saúde mental. Sempre alerta."
Também recebeu mensagens de ódio nas redes. "Homens dizendo que devia morrer. Absurdo. Só por alertar outras mulheres."
Adotou novas medidas de segurança: quartos sem espaço sob a cama, lanternas de autodefesa, alarmes portáteis. Nunca mais reserva para uma pessoa só.
Acha que não vai mais viajar sozinha. "Não nos próximos anos. Prefiro estar com meu marido, amigos, irmã... acompanhada."
"Viajar solo nunca pareceu perigoso antes. Visitei vários países tranquilamente. Jamais imaginei isso comigo."
"Não quero que outra mulher passe por isso"
Apesar do trauma, Natalia quer que sua história sirva de alerta.
"Eu amava viajar sozinha. Agora não sei quando voltarei a fazer isso. Quero que outras mulheres saibam dos riscos. Que o hotel assuma responsabilidade."
"Não quero que uma garota iniciando viagens solo encontre um homem debaixo da cama dela."
Sobre voltar ao Japão, hesita. "Queria tentar novamente com meu marido. Mas recebi tantas mensagens dizendo que não sou bem-vinda... Não quero acreditar que um país tão incrível seja representado assim. Eu amo o Japão."
O APA Hotel não respondeu aos pedidos de comentário.