Este post foi publicado originalmente pelo The Africa Report
O setor de fintech na África está cada vez mais a abraçar as stablecoins, enquanto procura otimizar os pagamentos transfronteiriços, superar a volatilidade das moedas e oferecer alternativas mais rápidas e baratas aos canais tradicionais de remessas e liquidações.
Stablecoins – tokens criptográficos atrelados a moedas fiduciárias como o dólar dos EUA – estão, segundo relatos, ganhando força à medida que os players de fintech buscam contornar sistemas bancários correspondentes não confiáveis. Nos últimos meses, empresas como Yellow Card, Flutterwave e Onafriq (anteriormente MFS Africa) aumentaram o uso de stablecoins para facilitar pagamentos e liquidações internacionais em todo o continente.
A procura pelo dólar encontra os trilhos das criptomoedas
Em países assolados pela inflação e depreciação da moeda – como Nigéria, Gana e Zimbábue – as stablecoins oferecem uma solução prática.
“As empresas na África querem manter e transacionar em dólares,” diz Chris Maurice, CEO da Yellow Card.
"As stablecoins tornam isso possível com liquidação quase instantânea e taxas mínimas."
A Yellow Card tem apoiado há muito tempo transações USDC na sua plataforma e recentemente fez uma parceria com a Coinbase para expandir o acesso à stablecoin em 20 países africanos. A empresa permite que tanto usuários individuais quanto empresariais enviem, recebam e convertam stablecoins em moedas fiat locais, ajudando a fechar a lacuna entre ativos on-chain e realidades off-chain.
A Flutterwave, uma das principais empresas de pagamentos da África, anunciou uma parceria com o emissor de USDC Circle em junho de 2024. A parceria foca na habilitação de pagamentos transfronteiriços utilizando USDC, com o objetivo de simplificar os pagamentos baseados em dólares para empresas e freelancers africanos.
A Onafriq, entretanto, integrou-se com a blockchain Stellar para permitir pagamentos impulsionados por USDC em toda a sua rede pan-africana. O alcance da empresa – abrangendo mais de 400 milhões de carteiras móveis, contas bancárias e pontos de venda em dinheiro em mais de 35 países africanos – torna-a um jogador estratégico no ecossistema das stablecoins.
Alternativa aos trilhos legados
Os sistemas tradicionais de pagamento transfronteiriço em África dependem fortemente do SWIFT e de bancos correspondentes, que muitas vezes introduzem atrasos, altos custos e limites de transação. As stablecoins oferecem uma alternativa que é não só mais rápida, mas também mais transparente e programável.
“Enviar dinheiro de Gana para o Quénia pode envolver múltiplos intermediários, com cada um a retirar uma parte,” explica um fundador de fintech baseado em Nairóbi.
“As stablecoins cortam essa complexidade ao liquidar valor na cadeia, de forma direta e rápida.”
Esta eficiência é particularmente valiosa em pagamentos e liquidações comerciais entre empresas (B2B), onde a velocidade e a transparência são críticas. Ao remover intermediários e operar 24/7, as stablecoins têm o potencial de reformular a infraestrutura de pagamentos da África.
A cautela regulatória persiste
Apesar dos benefícios, a incerteza regulatória continua a obscurecer o caminho a seguir. Os bancos centrais de toda a África têm sido cautelosos em relação à adoção de stablecoins, frequentemente citando preocupações sobre lavagem de dinheiro, fuga de capitais e proteção ao consumidor.
Alguns reguladores, como o Banco Central da Nigéria, impuseram restrições aos serviços relacionados com criptomoedas, embora desenvolvimentos recentes sugiram que uma abordagem mais aberta pode estar a emergir. O Quénia e a África do Sul também estão a estudar ativamente como regular as stablecoins dentro de estruturas mais amplas de criptomoedas e pagamentos.
Os players da indústria acreditam que uma regulamentação mais clara desbloquearia ainda mais valor.
“Precisamos de regras que protejam os consumidores, mas também incentivem a inovação”, diz Maurice da Yellow Card. “As stablecoins não são apenas uma moda cripto – elas são infraestrutura.”
Perspectiva: Construindo os trilhos
À medida que a demanda por transações denominadas em dólares cresce e as frustrações com os sistemas tradicionais aumentam, as fintechs africanas estão construindo novas infraestruturas que incorporam stablecoins no seu cerne. A tendência é impulsionada não pela especulação, mas pela utilidade: as stablecoins estão a resolver problemas do mundo real em pagamentos transfronteiriços.
Com players globais como Coinbase e Circle agora se unindo a empresas africanas, e startups locais promovendo a adoção no terreno, a narrativa das stablecoins está mudando de nicho para mainstream no fintech africano.
O resultado poderá ser um sistema financeiro mais inclusivo, eficiente e amigável ao dólar – construído tanto com código quanto com dinheiro.
Fique atento às Atualizações da BitKE de toda a África.
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Yellow Card, Flutterwave, Onafriq: Por que o setor de Fintech da África está recorrendo a stablecoins
Este post foi publicado originalmente pelo The Africa Report
O setor de fintech na África está cada vez mais a abraçar as stablecoins, enquanto procura otimizar os pagamentos transfronteiriços, superar a volatilidade das moedas e oferecer alternativas mais rápidas e baratas aos canais tradicionais de remessas e liquidações.
Stablecoins – tokens criptográficos atrelados a moedas fiduciárias como o dólar dos EUA – estão, segundo relatos, ganhando força à medida que os players de fintech buscam contornar sistemas bancários correspondentes não confiáveis. Nos últimos meses, empresas como Yellow Card, Flutterwave e Onafriq (anteriormente MFS Africa) aumentaram o uso de stablecoins para facilitar pagamentos e liquidações internacionais em todo o continente.
A procura pelo dólar encontra os trilhos das criptomoedas
Em países assolados pela inflação e depreciação da moeda – como Nigéria, Gana e Zimbábue – as stablecoins oferecem uma solução prática.
“As empresas na África querem manter e transacionar em dólares,” diz Chris Maurice, CEO da Yellow Card.
"As stablecoins tornam isso possível com liquidação quase instantânea e taxas mínimas."
A Yellow Card tem apoiado há muito tempo transações USDC na sua plataforma e recentemente fez uma parceria com a Coinbase para expandir o acesso à stablecoin em 20 países africanos. A empresa permite que tanto usuários individuais quanto empresariais enviem, recebam e convertam stablecoins em moedas fiat locais, ajudando a fechar a lacuna entre ativos on-chain e realidades off-chain.
A Flutterwave, uma das principais empresas de pagamentos da África, anunciou uma parceria com o emissor de USDC Circle em junho de 2024. A parceria foca na habilitação de pagamentos transfronteiriços utilizando USDC, com o objetivo de simplificar os pagamentos baseados em dólares para empresas e freelancers africanos.
A Onafriq, entretanto, integrou-se com a blockchain Stellar para permitir pagamentos impulsionados por USDC em toda a sua rede pan-africana. O alcance da empresa – abrangendo mais de 400 milhões de carteiras móveis, contas bancárias e pontos de venda em dinheiro em mais de 35 países africanos – torna-a um jogador estratégico no ecossistema das stablecoins.
Alternativa aos trilhos legados
Os sistemas tradicionais de pagamento transfronteiriço em África dependem fortemente do SWIFT e de bancos correspondentes, que muitas vezes introduzem atrasos, altos custos e limites de transação. As stablecoins oferecem uma alternativa que é não só mais rápida, mas também mais transparente e programável.
“Enviar dinheiro de Gana para o Quénia pode envolver múltiplos intermediários, com cada um a retirar uma parte,” explica um fundador de fintech baseado em Nairóbi.
“As stablecoins cortam essa complexidade ao liquidar valor na cadeia, de forma direta e rápida.”
Esta eficiência é particularmente valiosa em pagamentos e liquidações comerciais entre empresas (B2B), onde a velocidade e a transparência são críticas. Ao remover intermediários e operar 24/7, as stablecoins têm o potencial de reformular a infraestrutura de pagamentos da África.
A cautela regulatória persiste
Apesar dos benefícios, a incerteza regulatória continua a obscurecer o caminho a seguir. Os bancos centrais de toda a África têm sido cautelosos em relação à adoção de stablecoins, frequentemente citando preocupações sobre lavagem de dinheiro, fuga de capitais e proteção ao consumidor.
Alguns reguladores, como o Banco Central da Nigéria, impuseram restrições aos serviços relacionados com criptomoedas, embora desenvolvimentos recentes sugiram que uma abordagem mais aberta pode estar a emergir. O Quénia e a África do Sul também estão a estudar ativamente como regular as stablecoins dentro de estruturas mais amplas de criptomoedas e pagamentos.
Os players da indústria acreditam que uma regulamentação mais clara desbloquearia ainda mais valor.
“Precisamos de regras que protejam os consumidores, mas também incentivem a inovação”, diz Maurice da Yellow Card. “As stablecoins não são apenas uma moda cripto – elas são infraestrutura.”
Perspectiva: Construindo os trilhos
À medida que a demanda por transações denominadas em dólares cresce e as frustrações com os sistemas tradicionais aumentam, as fintechs africanas estão construindo novas infraestruturas que incorporam stablecoins no seu cerne. A tendência é impulsionada não pela especulação, mas pela utilidade: as stablecoins estão a resolver problemas do mundo real em pagamentos transfronteiriços.
Com players globais como Coinbase e Circle agora se unindo a empresas africanas, e startups locais promovendo a adoção no terreno, a narrativa das stablecoins está mudando de nicho para mainstream no fintech africano.
O resultado poderá ser um sistema financeiro mais inclusivo, eficiente e amigável ao dólar – construído tanto com código quanto com dinheiro.
Fique atento às Atualizações da BitKE de toda a África.
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