Masterclass em PsyOps Modernas
Provavelmente nem sequer devia partilhar este artigo. É alpha a mais – e, sinceramente, é o meu próprio superpoder. Mas, seja como for, aqui vai.
Vamos explorar o mundo do marketing cripto: a masterclass das psyops.
Não sabe o que são psyops? Quer dizer que já foi manipulado ao longo de toda a vida adulta.
Bem-vindo à guerra memética.
Milady
Comecemos pela @ Kalshi. Isto não é FUD – admiro mesmo a forma como o fizeram. São apenas impressões pessoais sobre o que se passou. Nada disto está comprovado.
À medida que os memecoins perdiam fôlego, os mercados de previsão começaram a captar atenções. Vários KOL passaram a promover essa narrativa. Um deles: @ j0hnwang.
É inegável que os mercados de previsão são mais justos do que os memecoins. Estes últimos funcionam como um jogo feroz de 1 contra 1 000, enquanto nos mercados de previsão as probabilidades são, pelo menos, equilibradas. Mas sejamos honestos: os degens das criptomoedas gostam é de moedas. Sempre gostaram.
Surgiu então a questão: como retirar quota de mercado aos memecoins sem lançar um token, e ao mesmo tempo desafiar um player dominante como a @ Polymarket?
Resposta: psyops.
Eis como tudo se desenrolou:
Páginas noticiosas a relatar a contratação de… um KOL cripto?
Foi apresentado quase como um feito monumental, como se a Kalshi tivesse conseguido contratar um executivo da Google ou da Apple.
Uma psyop simples, mas brilhante: transformar uma contratação numa autêntica campanha de marketing.
A Kalshi não se limitou a entrar no cripto – fez parecer uma verdadeira mudança de paradigma.
Pagaram a estes sites, investigadores e influencers para promoverem o anúncio. Uma contratação que fez eco. A Kalshi entrou oficialmente no mercado cripto. Como se se tratasse de uma ação FAANG.
Uma psyop muito simples, mas de enorme eficácia: montaram o anúncio e transformaram-no numa operação de marketing em larga escala.
Afinal, John Wang é ou não é o responsável de marketing da Kalshi?
Falemos agora da ai16z.
Este caso foi de génio. Durante algum tempo, deu mesmo esperança (inclusive a mim) quanto ao futuro da Crypto x AI.
Eis o guião:
Depois veio o lançamento do produto: os Eliza AI agents.
Chegaram ao primeiro lugar no GitHub. O timing foi perfeito. O entusiasmo, imparável.
Shaw a exibir
Mas, na essência, era apenas um wrapper de GPT. Basicamente, integravam APIs de LLM existentes num frontend. Nada de verdadeiramente disruptivo.
Isso preocupou alguém? Não. O produto cumpria, o ambiente era forte e isso era quanto bastava.
Aqui, a psyop não assentava só na tecnologia – estava também na narrativa.
Pertencer à ai16z DAO passou a ser sinal de estatuto. Tal como usar um Rolex nos primeiros tempos, ser “parceiro ai16z” era ser alguém. Atraiu developers das melhores universidades e investidores com capacidade financeira.
A DAO atingiu os 2,5 B$ de capitalização (com liquidez residual). O ciclo ficou completo: hype atraiu liquidez, a liquidez trouxe investidores, os investidores geraram mais hype.
Mas coloca-se a questão: como fazer cash out sem destruir o gráfico?
Resposta: não se faz. Em vez disso, a ai16z “vendeu” a tecnologia a outros projetos AI-cripto, negociando fornecimentos pré-TGE até 10 % em troca de apoio de marketing.
O resultado? Uma vaga de projetos de IA pouco robustos. Inflacionados, promovidos e abandonados no mercado.
Shaw após vender projetos de IA dos quais recebeu fornecimento gratuito
As psyops funcionaram. Liquidez extraída. E agora a ai16z prepara o regresso.
O ponto é este: nada resulta duas vezes.
Assim que o truque é exposto, morre. O público avança para a próxima novidade. Por isso vemos tantos projetos a reciclar os mesmos chavões:
Se ouve isto, está perante uma equipa que ainda nem percebeu o jogo. O marketing já não sobrevive de anúncios vazios. Neste mercado, só conta o que é lançado.
Hoje, o marketing em cripto não é publicidade. É guerra.
As narrativas são armas. O envolvimento, munição. Cada anúncio, parceria ou polémica é uma batalha pela atenção do público.
Os projetos vencedores não vendem só tecnologia. Orquestram psyops: histórias, memes e estratégias em que o mercado-alvo quer acreditar.
Nem todos seguem as mesmas regras.
Se quer conquistar quota neste setor, prepare-se. Construa a sua equipa como um comandante romano pronto para a conquista.
No cripto, é guerra.
“Si vis pacem, para bellum.”
Se quer paz, prepare-se para a guerra.
Eu, vitorioso após derrubar a cabala
Combata os concorrentes, não a sua comunidade. Os seus aliados são quem está do seu lado.