Source: Exame
Original Title: Como projetos ligados à família Trump viraram ‘mico’ no mercado cripto
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A implosão da American Bitcoin Corp. na terça-feira, 2, virou um retrato do momento delicado do mercado cripto. Minutos após a abertura em Wall Street, as ações da mineradora chegaram a cair mais de 50%, em um movimento tão brusco que rapidamente transformou a empresa no símbolo do tombo generalizado que atinge o setor no fim de 2025.
Embora o Bitcoin tenha recuado cerca de 25% nos últimos dois meses, os projetos ligados à família Trump foram ainda mais afetados. A World Liberty Financial, cofundada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, viu o token WLFI despencar 51% desde o pico de setembro, enquanto a Alt5 Sigma, promovida pelos filhos do presidente, perdeu cerca de 75% e ainda enfrenta problemas legais.
Os memecoins com o nome de Donald e Melania Trump também sofreram colapsos, de 90% e 99%, respectivamente, desde as máximas de janeiro. Nos últimos cinco dias, a American Bitcoin acumula queda de 45%.
Reversão
A fortuna em criptoativos acumulada pela família Trump encolheu e a imagem pública do presidente, que transformou o Bitcoin em termômetro político do seu segundo mandato, saiu arranhada. O que antes era visto como um prêmio Trump no mercado digital começou a se converter em um peso Trump, expondo a fragilidade dos ativos ligados a narrativas de influência e popularidade.
Eric Trump, cofundador da American Bitcoin, usou as redes sociais para minimizar o impacto, atribuindo as perdas ao fim do período de lockup das ações. “Nossos fundamentos são praticamente incomparáveis”, declarou, prometendo liderar o setor.
Volátil e contraditório
Apesar do tombo, o mercado segue volátil e contraditório. Nesta quarta, a American Bitcoin subiu mais de 9%. Já o Bitcoin teve uma alta mais discreta, 1,7%.
No início do ano, o apoio explícito de Trump às criptomoedas parecia capaz de tirar o setor do ciclo clássico de euforia e queda. O entusiasmo não era apenas político. Investidores que queriam demonstrar apoio ao presidente compravam tokens ligados a ele, ajudando a impulsionar preços e negócios. As ações da Gryphon Digital subiram 173% quando a empresa anunciou fusão com a American Bitcoin em maio, e avançaram mais 16% no primeiro dia de negociação pós-fusão.
Políticas do governo também ajudaram, com propostas para regulamentar stablecoins atreladas ao dólar e trazer o tema para o mainstream financeiro. Mas os sinais de desgaste começaram a se acumular no segundo semestre. Tarifas sobre produtos chineses, denúncias contra fornecedores e investigações criminais envolvendo empresas associadas minaram a confiança dos investidores.
Perda de mais de US$ 1 bi
A derrocada recente eliminou mais de US$ 1 bilhão da riqueza acumulada pela família Trump no boom cripto. Os investidores de varejo que entraram perto das máximas sofrem agora as maiores perdas, alguns com quedas superiores a 40% nos portfólios.
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Como projetos ligados à família Trump viraram 'mico' no mercado cripto
Source: Exame Original Title: Como projetos ligados à família Trump viraram ‘mico’ no mercado cripto Original Link: A implosão da American Bitcoin Corp. na terça-feira, 2, virou um retrato do momento delicado do mercado cripto. Minutos após a abertura em Wall Street, as ações da mineradora chegaram a cair mais de 50%, em um movimento tão brusco que rapidamente transformou a empresa no símbolo do tombo generalizado que atinge o setor no fim de 2025.
Embora o Bitcoin tenha recuado cerca de 25% nos últimos dois meses, os projetos ligados à família Trump foram ainda mais afetados. A World Liberty Financial, cofundada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, viu o token WLFI despencar 51% desde o pico de setembro, enquanto a Alt5 Sigma, promovida pelos filhos do presidente, perdeu cerca de 75% e ainda enfrenta problemas legais.
Os memecoins com o nome de Donald e Melania Trump também sofreram colapsos, de 90% e 99%, respectivamente, desde as máximas de janeiro. Nos últimos cinco dias, a American Bitcoin acumula queda de 45%.
Reversão
A fortuna em criptoativos acumulada pela família Trump encolheu e a imagem pública do presidente, que transformou o Bitcoin em termômetro político do seu segundo mandato, saiu arranhada. O que antes era visto como um prêmio Trump no mercado digital começou a se converter em um peso Trump, expondo a fragilidade dos ativos ligados a narrativas de influência e popularidade.
Eric Trump, cofundador da American Bitcoin, usou as redes sociais para minimizar o impacto, atribuindo as perdas ao fim do período de lockup das ações. “Nossos fundamentos são praticamente incomparáveis”, declarou, prometendo liderar o setor.
Volátil e contraditório
Apesar do tombo, o mercado segue volátil e contraditório. Nesta quarta, a American Bitcoin subiu mais de 9%. Já o Bitcoin teve uma alta mais discreta, 1,7%.
No início do ano, o apoio explícito de Trump às criptomoedas parecia capaz de tirar o setor do ciclo clássico de euforia e queda. O entusiasmo não era apenas político. Investidores que queriam demonstrar apoio ao presidente compravam tokens ligados a ele, ajudando a impulsionar preços e negócios. As ações da Gryphon Digital subiram 173% quando a empresa anunciou fusão com a American Bitcoin em maio, e avançaram mais 16% no primeiro dia de negociação pós-fusão.
Políticas do governo também ajudaram, com propostas para regulamentar stablecoins atreladas ao dólar e trazer o tema para o mainstream financeiro. Mas os sinais de desgaste começaram a se acumular no segundo semestre. Tarifas sobre produtos chineses, denúncias contra fornecedores e investigações criminais envolvendo empresas associadas minaram a confiança dos investidores.
Perda de mais de US$ 1 bi
A derrocada recente eliminou mais de US$ 1 bilhão da riqueza acumulada pela família Trump no boom cripto. Os investidores de varejo que entraram perto das máximas sofrem agora as maiores perdas, alguns com quedas superiores a 40% nos portfólios.