O Banco do Japão vai mesmo avançar desta vez? Há muita coisa por trás dos panos.
Vamos ao que salta à vista: o banco central diz que é independente, mas na realidade? A sombra do governo está sempre presente. Desta vez, anunciar abertamente a intenção de subir as taxas de juro sem o aval oficial seria impossível. A questão é — porque é que deram luz verde agora?
Vamos analisar primeiro a situação política interna. Sanae Takaichi era originalmente defensora de políticas expansionistas, imprimir dinheiro nunca lhe custou nada. Mas o iene desvalorizou tanto que já é insustentável! Os cidadãos vão ao supermercado e assustam-se com a conta. Os custos da energia disparam, tudo o que é importado fica mais caro, e se continuar assim a sociedade entra em ebulição. As necessidades da população sobrepõem-se à teoria monetária, esta é a realidade.
No plano internacional, há ainda mais em jogo. Os EUA pressionam sem parar, querem que o Japão dê margem à política monetária — dito de outra forma, alinhar com o ritmo do dólar. Coincide com as negociações de tarifas entre o Japão e os EUA; se o Japão ceder um pouco, pode conseguir condições comerciais mais vantajosas. Vê-se bem que a política monetária pode ser usada como moeda de troca diplomática — e é isto que é o verdadeiro jogo das grandes potências.
Olhando para a economia de base, o cenário é desolador. A economia contraiu no terceiro trimestre, tanto a procura interna como externa estão em baixa, e a dívida pública é astronómica. Com estas bases, subir as taxas de juro? É como andar na corda bamba. Por isso, não esperem que abram mesmo um "ciclo de subida de juros" — no máximo mexem simbolicamente, mas o ambiente monetário terá de continuar expansionista, caso contrário a recuperação económica morre logo à nascença e o risco de crise da dívida é imediato.
No fundo, esta subida das taxas é um produto de compromisso entre vários interesses. Não é porque o banco central teve um ataque de consciência, nem porque a economia melhorou de facto — é simplesmente porque foram encostados à parede pela insatisfação interna e pela pressão internacional. Mesmo que subam as taxas, e depois? Vai depender — se os dados económicos piorarem um pouco, não será surpresa nenhuma ver a política a mudar de rumo de imediato.
Amigos do mercado cripto, fiquem atentos a este espetáculo. A volatilidade do iene, a força do dólar, o apetite por ativos de refúgio — cada passo pode abalar o BTC, ETH e ZEC que têm nas mãos. Quando o vento macroeconómico muda, raramente o mundo cripto fica imune.
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O Banco do Japão vai mesmo avançar desta vez? Há muita coisa por trás dos panos.
Vamos ao que salta à vista: o banco central diz que é independente, mas na realidade? A sombra do governo está sempre presente. Desta vez, anunciar abertamente a intenção de subir as taxas de juro sem o aval oficial seria impossível. A questão é — porque é que deram luz verde agora?
Vamos analisar primeiro a situação política interna. Sanae Takaichi era originalmente defensora de políticas expansionistas, imprimir dinheiro nunca lhe custou nada. Mas o iene desvalorizou tanto que já é insustentável! Os cidadãos vão ao supermercado e assustam-se com a conta. Os custos da energia disparam, tudo o que é importado fica mais caro, e se continuar assim a sociedade entra em ebulição. As necessidades da população sobrepõem-se à teoria monetária, esta é a realidade.
No plano internacional, há ainda mais em jogo. Os EUA pressionam sem parar, querem que o Japão dê margem à política monetária — dito de outra forma, alinhar com o ritmo do dólar. Coincide com as negociações de tarifas entre o Japão e os EUA; se o Japão ceder um pouco, pode conseguir condições comerciais mais vantajosas. Vê-se bem que a política monetária pode ser usada como moeda de troca diplomática — e é isto que é o verdadeiro jogo das grandes potências.
Olhando para a economia de base, o cenário é desolador. A economia contraiu no terceiro trimestre, tanto a procura interna como externa estão em baixa, e a dívida pública é astronómica. Com estas bases, subir as taxas de juro? É como andar na corda bamba. Por isso, não esperem que abram mesmo um "ciclo de subida de juros" — no máximo mexem simbolicamente, mas o ambiente monetário terá de continuar expansionista, caso contrário a recuperação económica morre logo à nascença e o risco de crise da dívida é imediato.
No fundo, esta subida das taxas é um produto de compromisso entre vários interesses. Não é porque o banco central teve um ataque de consciência, nem porque a economia melhorou de facto — é simplesmente porque foram encostados à parede pela insatisfação interna e pela pressão internacional. Mesmo que subam as taxas, e depois? Vai depender — se os dados económicos piorarem um pouco, não será surpresa nenhuma ver a política a mudar de rumo de imediato.
Amigos do mercado cripto, fiquem atentos a este espetáculo. A volatilidade do iene, a força do dólar, o apetite por ativos de refúgio — cada passo pode abalar o BTC, ETH e ZEC que têm nas mãos. Quando o vento macroeconómico muda, raramente o mundo cripto fica imune.