Bitcoin, Ethereum e XRP caíram acentuadamente devido à diminuição das expectativas de cortes nas taxas de juro

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O Bitcoin continuou a cair esta quinta-feira (dia 20), caindo abaixo da marca dos 87.000 dólares pela primeira vez desde abril, à medida que os traders avaliavam as perspetivas para um terceiro corte de juros após o adiamento da divulgação dos dados de emprego de setembro.

O Bitcoin caiu para 86.520 dólares no dia, uma queda diária de quase 3%, ampliando as perdas semanais para 13,5%.

Desde que o Bitcoin atingiu um novo máximo histórico de 126.000 dólares no início de outubro, já caiu 31%.

A liquidação em todo o mercado de criptomoedas disparou na última hora, com o total de liquidações de todos os ativos cripto nas últimas 24 horas a atingir atualmente 933 milhões de dólares. O Bitcoin liderou as perdas, com posições liquidadas no valor de 380 milhões de dólares no dia, seguido pelo Ethereum com 239 milhões de dólares.

As quedas diárias do Ethereum e do XRP foram ligeiramente mais acentuadas, ambos a descer cerca de 3%, para 2.827 dólares e 2,00 dólares, respetivamente. O ETH caiu 15% na semana passada, enquanto o XRP perdeu quase 18% no mesmo período.

As bolsas também estão em baixa, com o S&P 500 e o Nasdaq a recuarem mais de 1%.

O otimismo em relação a um possível corte de juros em dezembro diminuiu — o presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, tentou conter esse otimismo no final de outubro — e recentemente enfraqueceu, com analistas e traders agora a apostarem contra novos cortes de juros.

Segundo a ferramenta CME FedWatch, apenas 37,6% dos traders de taxas de juro esperam um corte de 25 pontos base em dezembro, enquanto mais de 62% preveem que não haja alterações. Há apenas uma semana, essas probabilidades estavam quase equilibradas. Nos mercados de previsão, o cenário é semelhante, com uma probabilidade de 63% de não haver alterações, uma inversão em relação à terça-feira passada devido ao enfraquecimento do otimismo.

O relatório de emprego de setembro dos EUA, cuja divulgação foi adiada e acabou por acontecer esta quinta-feira após a reabertura do governo, mostrou que o país criou 119.000 empregos nesse mês. Isto ficou acima do esperado, mas os analistas dizem que o relatório não trouxe clareza aos traders.

Resumindo: nos últimos 4 meses, a economia criou em média 44 mil empregos por mês. Isto é praticamente “manter-se à tona”, o que explica porque é que a taxa de desemprego está agora nos 4,4% --> o valor mais alto desde outubro de 2021.

O relatório de empregos de setembro é um sinal misto.

As contratações realmente aumentaram para 119 mil, mas a maior parte do crescimento…

— Heather Long [image]@byHeatherLong( 20 de novembro de 2025

“O relatório de empregos de setembro é um sinal misto”, escreveu Heather Long, economista-chefe da Navy Federal Credit Union. “É encorajador ver mais pessoas à procura de trabalho (a força laboral aumentou +470.000). Mas também há agora mais pessoas desempregadas (+219.000).”

Ela acrescentou: “A Fed provavelmente não vai cortar juros em dezembro.”