A Sexta acabou de chamar de "fachas radicais" os jovens espanhóis que vão ao ginásio e investem em criptomoedas.

Segundo eles, cuidar da sua saúde física e proteger o seu dinheiro da inflação é "extremismo que dá respostas fáceis a problemas complexos". Mas vamos analisar quem realmente tem o problema aqui.

Espanha, 2025: 25,8% da população vive em risco de pobreza ou exclusão, 4,1 milhões de espanhóis sobrevivem com menos de 644€ por mês, os jovens não conseguem se independizar antes dos 30 anos, os alugueres consomem 60% do salário médio e a inflação devora as poupanças a cada mês. E qual é a resposta da La Sexta? Atacar aqueles que tentam sair deste buraco.

Enquanto criticam quem cuida da saúde física, as famílias espanholas não podem permitir-se carne fresca e gastam 200€ a mais por mês do que há três anos apenas na compra básica. Enquanto atacam aqueles que buscam alternativas financeiras, os salários estão congelados há uma década, a habitação custa 12 vezes mais que o salário médio e as pensões estão falidas. Mas claro, segundo a sua lógica, o problema não é o sistema que nos empobrece sistematicamente, mas sim os cidadãos que se recusam a aceitar essa miséria.

Sabem o que é realmente radical? Que os políticos aumentem o salário enquanto os espanhóis não conseguem chegar ao fim do mês. Que o Estado arrecade recordes históricos em impostos, mas a saúde pública colapse com listas de espera de oito meses. Que gastem milhões em tascos políticos enquanto há famílias a escolher entre aquecimento ou comida. Isso sim é extremismo, e eles aplaudem religiosamente todos os dias.

Os dados que a La Sexta jamais vos contará são estes: o euro perdeu 85% do seu poder de compra desde a sua criação, o preço da habitação subiu 300% em vinte anos, os impostos em Espanha estão entre os mais altos do mundo e a dívida pública supera os 115% do PIB. Mas segundo a sua narrativa, o verdadeiro problema são os "criptobros" que tentam proteger-se desta debacle económica.

A realidade é que quando um sistema monetário está quebrado, as pessoas buscam alternativas. Quando a saúde pública falha, as pessoas cuidam de si mesmas. Quando os meios de comunicação tradicionais mentem sistematicamente, as pessoas buscam informações reais. Não somos radicais por fazer exercício e diversificar nossos investimentos, somos sobreviventes de um sistema que nos condena deliberadamente à pobreza.

Quereis saber o que é extremismo de verdade? Receber um salário para se dedicar a atacar cidadãos que se informam e tomam decisões responsáveis sobre a sua saúde e o seu dinheiro. Defender um modelo económico que empobrece sistematicamente a classe média enquanto enriquece uma elite política e financeira. Chamar "fascistas" a jovens que simplesmente querem um futuro digno num país que lhes nega até a possibilidade de se independizarem.

A Sexta representa perfeitamente o que há de mais podre neste sistema: manipulação disfarçada de informação, propaganda e viés ideológico descarado e divisão social como modelo de negócio. E ainda se permitem dar-nos lições de moral a partir dos seus confortáveis estúdios enquanto a Espanha se desangra economicamente.

Os números não mentem: somos o país da UE onde mais cresceu a desigualdade, temos a taxa de natalidade mais baixa da Europa e o desemprego juvenil duplica a média europeia. Mas segundo eles, dedicar uma hora por dia ao ginásio e diversificar em ativos digitais é o verdadeiro problema nacional.

Estamos fartos deste circo.

Estamos cansados de ser chamados de extremistas por querer saúde física e liberdade financeira. Estamos cansados de suas mentiras constantes disfarçadas de jornalismo objetivo. Estamos cansados de sermos atacados por não nos conformarmos com a mediocridade que nos impõem.

Amanhã vamos publicar um fio completo desmontando toda a economia espanhola. Com dados reais que não podem manipular, com números oficiais que destroem a sua narrativa e com a nossa visão clara de como escapar antes que todo este chiringuito político, financeiro e mediático colapse definitivamente.

Porque a verdade não é radical. A verdade é a única coisa que nos resta quando todo o resto é propaganda.