
Os bancos criam dinheiro, enquanto as stablecoins dinamizam a liquidez. Ambos são indispensáveis.
Defensores dos depósitos tokenizados alegam: Stablecoins atuam como bancos-sombra sem regulação. Quando os bancos tokenizarem os depósitos, todos optarão pelas instituições bancárias.
Esse argumento é bem recebido por muitos bancos e bancos centrais.
Já os entusiastas das stablecoins afirmam: Bancos são coisa do passado. Não precisamos deles no universo on-chain. Stablecoins representam o futuro do dinheiro.
Essa visão tem forte adesão entre os nativos do mercado cripto.
No entanto, ambos ignoram o verdadeiro ponto central.
Ao depositar US$100, o banco transforma esse valor em US$90 em empréstimos — ou até mais. É o mecanismo da reserva fracionária em ação, que impulsiona o crescimento econômico há séculos.
Depósitos tokenizados trazem esse modelo para o ambiente on-chain, mas restrito aos clientes do próprio banco. O usuário permanece sob a supervisão bancária, sujeito a horários, procedimentos e exigências de compliance.
Para empresas que buscam crédito acessível, depósitos tokenizados são uma alternativa relevante.
Circle e Tether mantêm reservas completas, com US$200 bilhões em ativos. Elas obtêm retornos de 4 a 5%, mas nada disso é repassado ao usuário.
Em contrapartida, os fundos ficam fora do alcance das regulações bancárias. A expectativa é que, até 2025, stablecoins movimentem US$9 trilhões em transferências internacionais. Com acesso à internet, o usuário pode movimentar seus recursos a qualquer hora, de qualquer lugar — sem restrições, sempre disponíveis.
Não é preciso banco correspondente, nem aguardar pelo SWIFT, e acabou o “responderemos em 3–5 dias úteis”.
Para empresas que precisam pagar um fornecedor argentino às 23h de sábado, stablecoins são a solução ideal.
Uma empresa que busca crédito bancário vantajoso pode também utilizar stablecoins para acessar mercados de nicho.
Veja este exemplo:
Esse cenário mostra a direção para onde o mercado caminha.
On-chain. No nível atômico.
O melhor dos dois mundos.
Use trilhos tradicionais quando fizer sentido.
Use stablecoins quando não fizer.
Não é uma decisão binária — trata-se de integração.
Cada abordagem possui vantagens e limitações.

Elas vão coexistir.
Alguns grandes bancos dizem: Não precisamos de depósitos tokenizados — já temos APIs. Em certos casos, isso é verdade.
É justamente nesse ponto que o financeiro on-chain se destaca.
Smart contracts automatizam processos entre diversas organizações e pessoas. Quando o depósito do fornecedor é recebido, um contrato inteligente pode liberar imediatamente financiamento de estoque, empréstimos para capital de giro ou hedge cambial. Bancos e instituições não bancárias executam essas operações automaticamente e em tempo real.
Depósito → Stablecoin → Pagamento de fatura → Liquidação subsequente.
APIs conectam ponto a ponto; smart contracts conectam múltiplos agentes simultaneamente. Por isso são ideais para fluxos que atravessam fronteiras organizacionais. Essa é a verdadeira força do financeiro on-chain.
É uma arquitetura financeira radicalmente diferente.
Depósitos tokenizados atendem à necessidade de crédito acessível. Os depósitos ficam bloqueados e os bancos emprestam sobre eles. O modelo de negócio não muda.
Stablecoins resolvem a questão da portabilidade. Os recursos circulam livremente e sem restrições. O Sul Global obtém acesso ao dólar. Empresas realizam liquidação acelerada.
Defensores dos depósitos tokenizados querem trilhos regulados.
Defensores das stablecoins desejam substituir totalmente os bancos.
O futuro exige ambos.
Empresas Fortune 500 buscam grandes linhas de crédito e liquidação global instantânea. Mercados emergentes querem crédito local e trilhos em dólar. DeFi demanda composabilidade e lastro em ativos reais.
Discutir quem vence é irrelevante. O futuro das finanças é on-chain. Depósitos tokenizados e stablecoins são ambos pilares dessa evolução.
Pare de debater vencedores. Foque em construir interoperabilidade.
Dinheiro composable.





